Chuvas de quase 500 mm dos últimos meses amenizam situação da estiagem

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Perdas na soja já são irreversíveis, com perdas de mais de 50% na Região Central

Os acumulados de chuva dos três primeiros meses do ano amenizam a situação da estiagem nos municípios da Região Central. De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do começo do ano até agora, choveu quase 500 milímetros só em Santa Maria. A quantidade de chuva foi o suficiente para recuperar o abastecimento de água de bebedouros para animais, impactando na recuperação das pastagens e produção de leite. Além disso, pequenas hortas e pomares foram beneficiados com os índices pluviométricos. Em contrapartida, há perdas consolidades na soja (mais de 50% da produção da região) e milho (quase 100% do plantio). O secretário de Desenvolvimento Rural do município, Rodrigo Menna Barreto, avalia que a construção de microaçudes e bebedouros colaborou no auxílio aos produtores rurais.

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- Foram mais de 100 microaçudes e bebedouros, e nós seguimos na construção. São ações relativamente rápidas que ajudam a amenizar a situação - afirma.

Desde o começo do ano, a Defesa Civil de Santa Maria já entregou mais de 2,5 milhões de litros de água potável. A distribuição, que era feita semanalmente, passa a acontecer a cada 10 dias. A água para consumo humano continua sendo necessária, porém para o consumo animal a quantidade diminuiu. Atualmente, são 168 pontos de abastecimento nos nove distritos e em sete bairros para 221 famílias, o que representa 862 pessoas. Só neste ano, a prefeitura já entregou 48 reservatórios para abastecer famílias em vulnerabilidade social e que são afetadas pela estiagem.

- A chuva, com certeza, amenizou a situação da estiagem. Diminuímos a frequência da distribuição de água, mas seguimos alertas e atendendo as famílias que ainda precisam de água para o consumo humano - explica o coordenador da Defesa Civil, Adão Lemos. 

4% DAS LAVOURAS DE SOJA COLHIDAS
Conforme a Emater, as chuvas ocorridas entre os dias 21 e 25 de fevereiro repuseram de forma parcial a umidade nos solos e beneficiaram as lavouras de soja que estão em floração e formação de grãos, fases de alta demanda de água pela cultura. A expectativa de perdas permanece elevada em municípios em que a cultura está em estágio mais avançado do ciclo, como Rosário do Sul, com perdas estimadas em 65% e Itacurubi, com 78%. De acordo com o informativo conjuntural, as lavouras em maturação representam 20% da área cultivada, e mesmo com as chuvas não apresentaram sinais de recuperação e têm perda consolidada na produtividade.

Na região de Santa Maria, segundo a Emater, 72% das lavouras de soja estão em florescimento e enchimento de grão, 20% em maturação e 4% das lavouras colhidas. As perdas de produtividade deverão superar 60%, com colheita estimada de 1.200 quilos por hectare. 

Índices pluviométricos de 2022 em Santa Maria:

• Janeiro: 138mm
  
• Fevereiro: 236,6mm
• Março: 121,6mm

CONSTRUÇÃO DE AÇUDES E BEBEDOUROS
Os produtores interessados no serviço devem fazer a inscrição junto às subprefeituras dos distritos ou na Secretaria de Desenvolvimento Rural, na Avenida Nossa Senhora Medianeira, 141, de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h. A inscrição consiste no preenchimento de uma ficha cadastral. Após, os técnicos farão uma vista técnica às propriedades inscritas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (55) 3921-7264.